Liliane Pereira

O cuidado de si

Falar sobre a arte de si cuidar parece uma obviedade, mas se for pensar bem não é uma realidade incomum a (in)capacidade que o ser humano tem de negligenciar sua própria saúde. Isso acontece de várias formas.

Constituição Federal art. 196

A CF, no seu artigo 196 ,recorda que a “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas”. Esse direito assegurado pela Constituição permite que todo cidadão tenha acesso a saúde e o faça de forma digna e referencial.


Mas

​A acessibilidade precisa ser condicionada a outro princípio fundamental do Sistema Único de Saúde que é a equidade – essa palavra significa que a cada um será concedido o cuidado em saúde conforme sua necessidade. Isso quer dizer que os espaços de saúde não podem e nem devem ser usufruto de ninguém, mas lugar de cuidar a partir das necessidades de cada pessoa.

Protocolos

​A equidade já mencionada acima tem sua aplicabilidade nos protocolos claramente definidos, especialmente para os serviços de porta aberta (emergências), uma vez que cada cidadão que adentrar nesses locais será atendido a partir de suas necessidades.

Cuidar de si

​A capacidade que temos de negligenciar nossas próprias necessidades é um grande obstáculo no cuidado conosco mesmos. Quem nunca deixou sua dor para depois? Quem nunca dormiu pouco e disse que recuperaria depois? Nem dentre os leitores não está adiando aquela tão necessária consulta ao médico?

É

Esses e outros pequenos lapsos acumulam-se no dia a dia frenético e a gente vai deixando nossa saúde para depois ou nos preocupamos mais com o que se vê do que com o que se vive. Essa inversão também é uma desatenção ao próprio cuidado de si.


Interação

Quando se fala do cuidado de si, de nenhum modo se pode perder a dimensão de integração e interação entre a pessoa e a sociedade. Não somos seres isolados, nosso cuidado perpassa pelo cuidado da casa comum.


Alteridade

No cuidado de si, o outro tem um papel fundamental, uma vez que o equilíbrio que provém da nossa capacidade de ver na outra pessoa uma dignidade própria e que a gente não pode desconsiderar, faz com que o ser a ser cuidado não se tenha como centro ou não seja sua própria referência, mas se perceba parte de um todo.


Saúde

É saudável ser gentil, humano, paciente com você e com aqueles que te rodeiam. Basta perguntar-se a si mesmo: trataria os outros como trato a mim? Tenho consciência de que sou um ser de relações intrapessoal e interpessoal? Entro em contato com as minhas fragilidades?


Permita

Dê a você o direito de reencontrar com suas realidades e no encontro com você mesmo, saiba reconhecer que em determinados momentos você não cuida de si e, quando o faz, pergunte-se para a razão..


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